Webdocumentários e Narrativas em Paralaxe
A produção de sentindo integra o rol das mais complexas atividades a que nos debruçamos e imbrica-se de modo inequívoco ao espectro cultural. Tal problemática nos acompanha ao longo da história e intensifica-se a cada paradigma tecnológico. Quando pensamos em webdocumentários (ou webdocs), o universo da produção de sentido envolve alguns conceitos típicos das escritas digitais que merecem ser repensados, a exemplo de interatividade, linearidade, multilinearidade e o próprio conceito de narrativa. O foco desta pesquisa, portanto, irá concentrar-se nas possibilidades de construções narrativas hipertextuais, entre elas a narrativa em paralaxe, como estruturadoras da linguagem dos webdocs, provocando uma gama mais ampla de leituras possíveis. As mudanças de base tecnológica, evidentemente, implicaram em desdobramentos no campo dos códigos e das linguagens, uma vez que novos suportes passariam a permitir composições diferentes, seja a estrutura hipertextual, a edição digital, a interatividade. Em tal contexto, o cinema experimentou inúmeras transformações, inclusive no que tange à produção e estruturação de documentários e, mais recentemente, de webdocumentários ou webdocs, como costumam ser chamados. Por meio de sua interface gráfica, a web abriu espaço para dar ao documentário um novo status, desta feita, mediado pelas tecnologias digitais, e, no dizer de Manuela Penafria (2013, p. 150): “[...] o certo é que as tecnologias são um elemento fundamental para se afirmarem, renovarem e concretizarem diversas estéticas e diferentes modos de representação”. Com base no exposto, a presente investigação pretende debruçar-se sobre a produção de webdocumentários com vistas a examinar os modos pelos quais operam as narrativas, mais especificamente, as narrativas em paralaxe, bem como a sua integração aos processos de interatividade gerados em tais produções, considerando o contexto de desenvolvimento de redes sociotécnicas. No escopo desta pesquisa a questão do ponto de vista será fundamentada na noção de paralaxe, como a formula Slavoj Žižek (2008). O webdocumentário, portador intrínseco de não-linearidade ou, ao menos, de multilinearidade, seria um suporte capaz de privilegiar uma escrita/leitura que permitissem ao leitor conhecer a história de diferentes ângulos, no âmbito da produção de linguagens digitais. O recorte compreende o período entre 2002 e 2020, incluindo todos os títulos recuperados através de”pesquisa no motor de buscas do Google, com a utilização dos operadores lógicos “webdocumentário”,“webdoc”, “webdocumentary”, “webdocumentaire”, “webdocumental” e “webdocumentário”; pesquisa deteses, dissertações, monografias e artigos científicos; pesquisas nos bancos de dados do IDFA, Docubase/MIT DocuLab e festivais de webdocumentários. Foram escolhidos, ainda, os idiomas: Português, Inglês,Espanhol, Italiano e Francês, para fins de composição da amostra. O livro estrutura-se em três capítulos: “O webdocumentário: Cinema e novas lógicas de produção cultural”, que discute o ambiente que possibilitou o surgimento dos webdocs; “Duas décadas de webdocs – cartografias possíveis”, analisa os dados coletados na amostra e identifica as principais características do gênero na primeira (2002-2011) e segunda (2012-2020) décadas do gênero e,, “O webdoc e as narrativas em paralaxe”, que pretende conceituar narrativa em paralaxe e apresentar uma primeira tipologia.Além desta introdução e de algumas considerações finais, procurou-se apresentar uma lista de webdocumentáriosque poderá subsidiar novas pesquisas. O intuito, portanto, é o de contribuir, em alguma medida, para os estudos acerca das novas linguagens audiovisuais e seus desdobramentos, tanto para o campo da realização quanto para a perspectiva crítico/educativa que a produção de conteúdo digital deve/precisa, sempre, considerar.Leia mais
Resenha:
O livro Webdocumentários e Narrativas em Paralaxe, de Lilian França, apresenta um olhar inovador sobre o potencial do conteúdo digital para o trabalho de documentários e narrativas em paralaxe. O livro nos ajuda a entender como essas narrativas podem nos ensinar a pensar de maneira crítica, integrando imagens, som e texto, tornando-se uma ferramenta importante para a compreensão de questões sociais, políticas e culturais.
Este livro é essencial para qualquer profissional que deseje explorar a criação de documentários e narrativas em paralaxe. A autora fornece informações sobre como criar conteúdo digital para narrativas em paralaxe, como usar imagens, som e texto, além de discutir como essas narrativas podem ser usadas para comunicar informações, promover discussões e inspirar ações. Além disso, ela aborda técnicas de edição e produção, além de questões atuais sobre o uso da internet para documentários e narrativas em paralaxe.
O livro é escrito de forma acessível, tornando-o uma leitura atraente para profissionais de diversas áreas. É uma ótima ferramenta para criadores de conteúdo, jornalistas, produtores e outros interessados em explorar novas formas de narrativa. Este livro também é útil para aqueles interessados em entender como trabalhar com narrativas em paralaxe para transmitir informações de maneira eficaz.
Recomendo o livro Webdocumentários e Narrativas em Paralaxe, de Lilian França, para qualquer profissional interessado em criar documentários e narrativas em paralaxe. É uma leitura enriquecedora para aqueles que desejam explorar novas formas de comunicação e entender como aproveitar o conteúdo digital para criar narrativas e documentários.
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