Eu recomendo o livro "Vera Lagoa: Um Diabo de Saias" de Maria João da Câmara. Esta história é uma narrativa divertida e emocionante sobre a vida de Vera Lagoa, uma mulher de meia-idade que enfrenta os desafios de seu novo emprego como professora de Educação Moral e Cívica em uma pequena aldeia portuguesa. Os personagens são retratados de forma realista, e os dilemas e conflitos apresentados são bem retratados e permeados de bom humor.
Os diálogos são bem construídos, bem como a estrutura narrativa. A narrativa flui suavemente da realidade à ficção, e os personagens interagem com muita atmosfera e profundidade. Há momentos de drama, como quando Vera é forçada a confrontar seus demônios internos, e momentos de leveza e humor, que nos fazem sorrir e chorar.
Vera Lagoa é um retrato realista de uma mulher que tenta sobreviver em um mundo cruel e difícil. A escrita da autora é bem observadora e divertida, e o livro contém lições valiosas sobre a vida, o amor e o que é preciso para superar os tempos difíceis. É um relato poético e divertido de uma mulher que segue seu coração.
Eu recomendo esse livro para aqueles que procuram uma inspiração profunda e divertida para a vida, bem como uma excelente história para acompanhar. É um livro que toca corações e mentes, e que nos lembra que a vida pode ser bela e cheia de alegrias mesmo nos momentos mais difíceis.
Poucas mulheres marcaram tanto o século XX português como Vera Lagoa. De carácter destemido e opiniões fortes, a sua voz livre foi uma lufada de ar fresco no jornalismo português. Na coluna «Bisbilhotices», no Diário Popular, comentou a sociedade do final do Estado Novo de forma atrevida, mordaz, indiscreta ao ponto de provocar o escândalo. No pós-25 de Abril, foi das raras vozes independentes, dissonantes, sem compromissos nem cálculo, que se atreveu a criticar os novos poderes instituídos.Pela mão da historiadora Maria João da Câmara chega-nos finalmente a sua biografia. De uma menina marcada pela figura trágica do pai até à jovem precoce no trabalho, no casamento e na maternidade; de uma habitué dos ambientes intelectuais e artísticos sofisticados da Lisboa do pós-guerra onde encontra Amália Rodrigues, Sttau Monteiro, Cesariny, Natália Correia, Ary dos Santos e José Manuel Tengarrinha, o amor da sua vida à sua entrada nos meios oposicionistas e apoio à candidatura de Humberto Delgado, em 1956.Da invenção «por desespero» do pseudónimo Vera Lagoa para o Diário Popular de Pinto Balsemão, à sua grande esperança, e posterior desilusão, com o regime democrático, registadas de forma corajosa e contundente no seu jornal O Diabo, Vera Lagoa Um Diabo de Saias é o registo do percurso tão notável quanto acidentado de uma mulher à frente do seu tempo.Fruto de uma pesquisa admirável com recurso a diversas fontes históricas, nomeadamente ao arquivo pessoal de Vera Lagoa e a entrevistas com familiares, amigos e colaboradores que a conheceram de perto, através da história desta mulher, Maria João da Câmara dá a conhecer uma sociedade, se não desconhecida, pelo menos esquecida, que vale a pena conhecer: a sociedade portuguesa na segunda metade do século passado.
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