Recomendo fortemente o livro 'Sensibilidade, Coquetismo e Libertinagem: A Pamela Inglesa, as Pamelas Francesas e as Mudanças Éticas e Estéticas do Século XVIII' de André Luiz Barros da Silva. O livro trata sobre as mudanças éticas e estéticas que ocorreram no século XVIII, com destaque para a obra Pamela, ou a Virtude Retribuída de Samuel Richardson, que foi publicada em 1740 na Inglaterra. O autor também discute as adaptações francesas de Pamela, realizadas por François-Thomas-Marie de Baculard d'Arnaud e Pierre-Augustin Caron de Beaumarchais.
Esse trabalho destaca como a virtude foi representada nas obras inglesas e francesas, analisando as respectivas adaptações de acordo com a cultura local e os costumes de cada país naquela época. O autor aborda também como a libertinagem marcou o comportamento da sociedade, especialmente no século XVIII.
O livro é extremamente interessante, pois trata de temas atuais, como a masculinidade tóxica e o comportamento de mulheres na sociedade. A linguagem é clara e acessível, tornando-o acessível a todos os tipos de leitores. Além disso, o autor analisa profundamente os temas abordados, usando fontes antigas e novas para seu estudo.
Como leitor, recomendo esse livro como um bom recurso para quem está interessado em saber mais sobre as mudanças culturais e éticas do século XVIII. É possível encontrar muitas informações relevantes sobre o assunto, que podem servir de base para trabalhos acadêmicos. Portanto, recomendo fortemente que você leia esse livro para entender melhor os costumes e os valores daquela época.
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O romance Pamela, de Samuel Richardson (1740), inova ao misturar detalhismo na descrição das cenas cotidianas e dos sentimentos da protagonista. Pressionada pela perseguição empreendida por seu patrão, o poderoso magistrado Mr. B, num misto de opressão social explícita e fantasia erótica sub-reptícia, Pamela vira símbolo realista de uma ética hiper-idealista – paradoxo que só enriquece esse momento definidor de um novo contrato entre obra e leitor. Voltaire, Rosseau e Diderot respondem com obras próprias a tal abalo cultural.Outros autores, hoje desconhecidos – Boissy ou d’Aucour –, atuam como fomentadores do embate entre a sensibilité e a libertinage – entre a mímese que exige empatia e a do cinismo distanciado. Diderot será o teórico sutil do novo momento, em ensaios sobre o teatro ou mesmo em seus romances, como A Religiosa. Faz um hiperbólico (e brilhante) Elogio a Richardson com vistas a descrever o novo pacto de leitura no Ocidente. Se Marivaux cria uma personagem coquete que resiste à centralidade masculina e Voltaire se afasta do aristocratismo rumo ao enternecimento, Crébillon fils criará o tipo do libertino, deixando claro o tensionamento ético que se joga no tabuleiro do drama, do romance e da teoria da nova verossimilhança, a definir o campo estético da Europa do momento, entre França e Inglaterra, entre o antigo classicismo e a nascente modernidade estética.
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