Eu recomendo o livro "Rio Negro, 50" de Nei Lopes para quem quer desfrutar de uma história profunda e cheia de nuances. O livro é folheável, mas não superficial: Nei Lopes conta a história de uma família que vive e trabalha às margens do Rio Negro, no noroeste do Brasil.
A história se desenvolve através dos olhos de um jovem, que vai descobrindo os diversos tipos de relações familiares, as dificuldades e as alegrias que a vida no rio traz. O livro é enriquecido com imagens de vida cotidiana, que nos ajudam a entender melhor a realidade destes personagens.
Nei Lopes cria um universo próprio, e nos pega por todos os lados. A partir deste retrato, o autor nos mostra que o Rio Negro é muito mais do que somente um rio. É um lugar cheio de vida, onde é possível encontrar histórias, amizades, amores, tristezas, dificuldades e esperanças.
O livro nos ensina que o Rio Negro é mais do que um rio, é um lugar cheio de magia. Nei Lopes nos conta a história com sensibilidade e emoção, e utiliza o poder da literatura para nos mostrar o quão profundas são as relações familiares e como as pessoas se conectam através da vida no rio. Eu recomendo este livro para todos aqueles que procuram uma leitura diferente e especial.
Mestre das letras e da cultura afro-brasileira, Nei Lopes empunha a pena da ficção para retratar o mítico Rio de Janeiro dos anos 1950. Mas não o Rio em que surgia a bossa nova, e sim aquele em que intelectuais, sambistas, jogadores de futebol, músicos, políticos, malandros, vedetes, padres e pais-de-santo, majoritariamente negros, espalhados em bares como o Nice, o Café Capital, o Abará e, principalmente, o Rio Negro, passavam noites inteiras discutindo questões políticas, sociais e culturais.
As histórias – pois são muitas as vidas que se cruzam neste romance – começam no dia 17 de julho de 1950, quando a derrota do escrete brasileiro na Copa do Mundo motiva um assassinato absurdo, de fortes conotações racistas. O crime é discutido na roda do Café e Bar Rio Negro – criação ficcional que sintetiza esse efervescente meio cultural –, epicentro da vida intelectual dos “homens de cor” na Capital da República, e onde somos apresentados a fascinantes personagens, como o jovem jornalista e sociólogo Paulo Cordeiro, pesquisador das tradições afro-brasileiras, João, um vendedor de amendoim conhecido pelos intelectuais do Rio Negro como “Maní”, e Esdras do Nascimento, dramaturgo, ator e militante pelos direitos dos afro-brasileiros. A partir desse microcosmo da então capital da República, em que personagens da história brasileira, como Dolores Duran e Abdias Nascimento, se cruzam nas deliciosas criações ficcionais de Nei Lopes, percorremos uma década decisiva da cidade do Rio de Janeiro e da afirmação da cultura afro-brasileira.
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Autor: Nei Lopes
