Eu recomendo o livro "Riacho Fundo" de J Cláuver a todos que procuram uma leitura enriquecedora. É um livro muito interessante, que nos faz viajar pelos campos brasileiros a partir da narrativa do autor.
O livro conta a história de Riacho Fundo, uma cidadezinha do interior do Brasil, com seus personagens e seus acontecimentos da vida cotidiana. É a história de pessoas comuns, mas que têm um significado especial para as pessoas que vivem lá.
J Cláuver consegue nos envolver nessa história de uma forma muito especial, descrevendo detalhes e sensações que nos permitem sentir a magia de Riacho Fundo. Não importa o quão distante ou o quão próximo estamos da cidade, ela parece nos fazer sentir parte dela.
Além disso, o autor consegue transmitir muitos ensinamentos e verdades importantes, como o fato de que cada pessoa é única e tem seu próprio significado na vida, e que as decisões que tomamos podem ter consequências para o futuro.
A obra de J Cláuver nos ajuda a refletir sobre a vida e tudo o que a rodeia, e a nos conectar aos sentimentos e experiências que fazem parte do nosso cotidiano. É um livro que deve ser lido por todos aqueles que querem ter uma visão mais profunda da vida.
Em suma, "Riacho Fundo" é o livro perfeito para quem procura algo que vá além da leitura, para quem busca encontrar lições para a vida e para quem está pronto para desfrutar de uma história envolvente. É uma ótima leitura e eu recomendo a todos que estejam à procura de um livro para ler.
Esse livro reúne seis grandes contos que retratam um pedacinho da minha infância na minha querida cidade, Santana do Riacho. A Edificação
A cidade de Santana do Riacho brotou com o nome de Riacho Fundo, apesar de plantada sobre um morro,/ …tudo devemos à pertinácia e trabalho dos nossos antepassados, nativos ou chegantes…/ Temos razões de sobra para gloriar os Ferreira, os Azevedo, de Aguiar, os Torres, os Ventura, os Lima, os Soares, os Araújo, os Maia, os Rosa, os Marques, os Felix, os Rodrigues, os Vaz, os Starling, os Costas, os Moreira, os Inácio, os Laje, os Melo, os Oliveira, os Siqueira da Serra, os Clemente e os Floriano da beira do Rio Cipó;
O Engomado
Sabichão, emendava estória sobre qualquer palavra que caísse no seu colo, falava sobre fitas de cinema./…que fita é essa? Eu nunca tinha entrado num cinema…/Muito legal ouvir aquele freguês arregalando o gogó./…se a visita era importante tirava a lamparina e trazia o lampião, aquele freguês era importante; /…Joaquim do Vito perguntou para o Deli, que é aquele pretão distinto da sua comitiva, o que te ofereceu esse chapéu? Aquele que puxava…/A moça é filha de um compadre meu, disse Albertino Rosa, …bem sacudida né?
Doutor
O senhor sabe que este remédio pode baixar rapidamente a pressão do paciente e, em alguns casos, levá-lo à morte? Sim, senhor, respondi enfático,…sabia nada. Havia um excesso de senhor em nosso diálogo./…lado de fora do balcão eu segurava para me manter nas estribeiras’./…mas acrescentei, quando administrado em doses maiores a um cardíaco hipotenso, por exemplo. Para impressioná-lo rapava o fundo do meu baú à procura de palavras difíceis, já muito além do limite que havia decorado do ‘Saúde da Família’ e bulas afins.
O vale da Lapinha
A Lapinha do Riacho, como é conhecida, hoje, até poucos anos conservava particularidades notáveis que estão desaparecendo rapidamente./…chegam em busca de paz, sossego e vida bucólica neste recanto – antes tão distante de tudo./no veranico de janeiro e na friagem de junho, Zé Quincote fica à espera do Guilé Farmacête subindo de Pirapama;/… Cipó Abaixo, daí aprumando na Serrinha do Galho Grande, coisa de oito léguas, para chegar à Lapinha; Guilé é que nem a Folhinha de Mariana, nunca falha,/… o mais famoso perdigueiro que se conheceu em toda a Serra do Cipó, tudo que se ouve sobre o Jipe é verdade reduzida, dispensa tempero./…belo galgo, grande, malhado de vermelho e branco.
Salão de barbeiro
Salão de barbeiro, por todo o interior sempre foi e continua sendo um lugar de bater papo, de jogar conversa fora. No monótono rincão do Riacho Fundo, onde só havia um rádio, era no salão do Zé Bernado que as pessoas mais se inteiravam das notícias do país e do mundo./…na Cachoeira do Manteiga aparece bugre caçando pescador até em cima do barranco./Oh Fanquilino, para de ficá resmungando, deixa de sê besta!…escuta aqui diabo, ocê já viu ráiado vim da loja com fio prá ligar no ar? Esse negoço de antena só presta prá puxar curisco quando tá vespano chuva; Bonifás sabia de tudo.
Galho Grande
Madrugada, ainda escuro, Dilico abriu a porteira e liberou a caravana para buscar o padre,/…Agripina entrou sem palavras, com sutil aceno de cabeça cumprimentou o padre, nada de se desculpar por não tê-lo recebido em seu sobrado;/…eleito seu príncipe, foi sua princesa e prometida enquanto ele viveu./…no curral a multidão nada sabia sobre o que se passava com a noiva no quarto da casa./…em prosa de mineiros o assunto não escapa de gado, queijo ou política./…e como é seu padre, o Juscelino vai ou não para a governança?
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Autor: J Cláuver
