Eu recomendo o livro Racismo sem Racistas: O racismo da cegueira de cor e a persistência da desigualdade na América (Palavras negras) de Eduardo Bonilla-Silva. O livro oferece uma análise abrangente sobre a natureza e as formas do racismo nos Estados Unidos da América. Ele fornece evidências de como o racismo persiste na sociedade americana, mesmo quando as pessoas negam a existência de preconceitos raciais.
O livro contém muitas informações importantes sobre o racismo e como ele se manifesta nos Estados Unidos. Ele analisa o racismo de maneira precisa, explicando como o racismo institucional, o racismo sistêmico e o racismo cotidiano influenciam a vida das pessoas negras na América. Além disso, também discute a questão da discriminação racial nas áreas de educação, emprego, saúde, política e outras áreas que afetam a vida das pessoas negras.
Bonilla-Silva também discute a relação entre raça e poder, destacando como a estrutura social e as instituições são usadas para manter as desigualdades raciais. Ele também explica como o racismo está intimamente ligado às questões de classe, gênero e sexualidade. Além disso, o livro também aborda o papel dos movimentos sociais e dos movimentos de direitos civis na luta contra o racismo.
Este livro é uma leitura altamente recomendada para qualquer pessoa interessada em entender melhor o racismo e como ele afeta a vida das pessoas negras nos Estados Unidos. O autor oferece uma análise profunda e abrangente da questão, destacando as maneiras como o racismo continua a ser uma força ativa na sociedade americana. É um livro muito bem escrito, cheio de informações e análises perspicazes, que todos deveriam ler.
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A brutal e fatal abordagem a George Floyd por quatro policiais nos Estados Unidos em junho, gerando protestos antirracistas por todo o planeta, é terrivelmente simétrica àquela que sofreu uma comerciante negra em São Paulo imobilizada por um policial pisando em seu pescoço um mês depois. A face mais terrível e covarde do racismo mostra-se quando está naturalizada e operacionalizada pelas instituições e representantes do Estado, sem que que pareçam manifestamente racistas. O livro de Bonilla-Silva mostra com clareza as formas e a intensidade do racismo estrutural impregnado na sociedade norte-americana. E na brasileira, por extensão, porque as similitudes são evidentes. Se quisermos desmontar as estruturas da desigualdade, conclui o autor, teremos de desmantelar as estruturas de poder, opressão, dominação e preconceito. Porque são uma e mesma coisa. Ao eleger Obama em 2008, os Estados Unidos da América pensavam ter deixado para trás o racismo institucionalizado que caracterizara sua história. Hoje, sabe-se que o que ficou para trás foi essa ilusão. Racismo Sem Racistas é um livro para quem quer entender como o racismo se perpetua, consciente ou inconscientemente disfarçado em um discurso contestatório do politicamente correto. Mas também, e principalmente, para aqueles, a grande maioria neste país, que ainda acham que a melhor maneira de combater o racismo é fazendo de conta que ele não existe. Eduardo Bonilla-Silva, professor de sociologia na Universidade Duke, demonstra, com base em análises de casos e pesquisas de campo, como o discurso e a noção de que a cor da pele não importa (o “racismo da cegueira racial”) vêm sendo instrumentais para a permanência do preconceito. Ele desmascara os argumentos, as frases feitas e as narrativas que os brancos nos EUA usam para justificar a desigualdade racial. Esse não é, no entanto, um problema circunscrito a norte-americanos, como sabemos e como a polícia (daqui como de lá) constantemente nos lembra. “Democracia racial” por definição, o Brasil tem larga experiência em disfarçar o racismo na sisudez das planilhas dos economistas. Inconveniente como todo bom cientista social, Bonilla-Silva nos faz reconhecer o racismo nosso de cada dia – nos outros, mas também em nós mesmos.
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