Livro "Quem move as Peças" de Ariel Magnus é um romance que se destaca pelo interessante trabalho de construção de personagens e pela narrativa envolvente. É uma história que nos envolve desde o início, com cada personagem se desenvolvendo de maneira coerente e harmônica ao longo da trama. Uma narrativa que nos leva a conhecer a realidade das pessoas que estão à beira de um abismo devido às condições sociais precárias em que vivem.
A história é contada a partir da voz narrativa de uma mulher, que busca desesperadamente seu filho perdido em meio ao caos. Ela acaba se envolvendo em uma trama mais profunda, que envolve personagens diversos e enredos muito bem construídos, que vão se desenrolando de maneira coerente durante a narrativa. A narrativa é acompanhada de trechos poéticos, que nos permite mergulhar ainda mais na narrativa, descobrindo e entendendo cada personagem de maneira mais profunda.
Ariel Magnus é um excelente escritor e "Quem move as Peças" é um grande exemplo de sua capacidade de contar histórias. O livro é recomendado para leitores que buscam ler histórias envolventes, com personagens bem desenvolvidos. É uma aventura que nos leva a conhecer a realidade dos mais pobres, e de como eles lutam para sobreviver em meio ao caos. É uma obra de leitura obrigatória para quem gosta de se aventurar nos labirintos da literatura.
uem move as peças é uma novela que provoca o limiar entre a ficção e a realidade, ao evocar fatos históricos e colocar lado a lado – às vezes, em diálogo – personagens fictícios e figuras históricas. Num tom, em geral, humorístico, o autor desencava memórias coletivas e individuais, como nos casos da segunda Guerra Mundial e dos diários do próprio avô, o judeu Heinz Magnus, que migrara para a Argentina justamente durante o conflito. Não hesita em misturar essas memórias e, vez ou outra, levantar, sem nenhum tom professoral ou pernóstico, questões filosóficas, sobretudo existenciais.
Manipulando uma série de outros textos – a novela se abre com um trecho de Stefan Zweig -, Ariel Magnus demonstra seu conhecimento técnico em relação ao fazer literário, oferecendo ao leitor um tabuleiro (com duplo sentido!) com inúmeras peças para serem movidas com argúcia. Ao sair da novela e retornar à realidade, o leitor certamente terá adquirido outra capacidade para olhar a multiplicidade de informações e impulsos a sua volta e, já nesse outro grande tabuleiro que é o mundo, procurar novas ordens possíveis.
Quem move as peças é, portanto, novela contemporânea – que reconhece os inúmeros tempos que nos coabitam e convivem conosco.
Fernando Miranda
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Autor: Ariel Magnus
