Poetas do tambor
Após alguns anos pesquisando o tambor de crioula do Piauí e conversando com poetas, tamborzeiros, baiadores e baiadeiras, entrego, com prazer, esse texto: um passeio pela “brincadeira”, do período escravista aos dias atuais, ou desde o começo do mundo. No início da pesquisa, pretendia entender se o tambor seria um fenômeno recente ou oriundo de outro estado da Federação, visto que pouco conhecido no Piauí. Encontrar o tambor antes 1888 ─ imaginei ─, o ano da abolição oficial da escravidão, seria uma tarefa árdua, considerando a existência quase exclusiva de fontes orais, de narradores que não teriam como informar sobre épocas tão remotas. No decorrer do trabalho, a oralidade e a pesquisa documental foram me proporcionado surpresas, compartilhadas com cada leitor. O texto atravessa a região do tambor, com seus vários municípios ─ no passado, a área de abrangência era muito maior ─ na busca de poetas escondidos para uma parte da sociedade, mas importantes para comunidades rurais, quilombolas, ribeirinhas, de quebradeiras de coco e de pessoas que vivem do duro trabalho da roça e no serviço pesado do tambor. Tambor que convive com Deus, com São Pedro, com Jesus e com a cachaça; o diabo, sempre afastado com rezas e orações dos tamborzeiros, às vezes é inevitável. Tambor que possui a alegria da baia nas eiras e a tristeza da lembrança de poetas mortos; a busca de proteção divina e os perigos que envolvem os grandes momentos de confraternização humana; a ausência do Estado e a presença da polícia; o analfabetismo e a poesia; a escravidão e a libertação. Entrevistando os poetas ─ mesmo seguindo uma temática ─ percebi que a compreensão do tambor passaria por aspectos multifacetados de vidas individuais e coletivas. O tambor festejou o fim da escravidão e o começo do mundo; envolveu-se em disputas, em rixas e em rachas; foi proibido, expulso de cidades, atacado nos subúrbios, mas sobreviveu nas mãos de pessoas simples, que viram pais e avós baiando e batendo a contragosto das ações do Estado, com a certeza de que estavam sendo abençoados. Cada entrevista realizada com poetas, tamborzeiros, baiadores e baiadeiras tornou-se uma lição de vida, sobretudo uma lição de resiliência. São homens e mulheres que amam no tambor a lembrança de pais e avós frequentando a brincadeira; que se interessaram pela “profissão” e veneram seus professores; que aprenderam a conduzir seus conhecimentos sobre o tambor para a vida, e da vida para o tambor.
Resenha:
Eu recomendo o livro "Poetas do Tambor" de Ricardo Augusto Pereira porque é um livro de poesia único e enriquecedor. O livro é incrivelmente bem escrito e é capaz de capturar a essência dos sentimentos humanos. A forma como ele usa a linguagem e as imagens para transmitir suas ideias é linda e tocante.
Ele aborda temas como a vida, a morte, o amor, a saudade, a amizade e a injustiça social. Ele nos mostra que, mesmo quando estamos passando por momentos difíceis, podemos encontrar forças nos nossos sonhos e nos nossos ideais para nos manter motivados e prosseguir. É uma leitura interessante e inspiradora.
Cada poema tem seu próprio tom e ritmo, o que o torna único. E o melhor de tudo é que ele tem versões em português e inglês. Isso significa que ele pode ser compartilhado entre pessoas de diferentes culturas e países.
Eu recomendo Poetas do Tambor a qualquer um que procura obras poéticas únicas e inspiradoras. É uma leitura refrescante, que nos conecta com nossos sentimentos mais profundos e nos ajuda a ver o mundo de uma perspectiva diferente.
Este livro de poesia é uma leitura obrigatória para todos aqueles que querem se conectar com a alma humana e com suas próprias emoções. Ricardo Augusto Pereira nos mostra que, mesmo nos momentos mais sombrios, podemos encontrar forças e esperança dentro de nós.
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