Obliterada

Evangeline acordou com uma tremenda dor de cabeça e logo descobriu que aquele não era um dia normal, era o dia do seu casamento, o problema é que ela não lembrava de nada do que havia acontecido nos últimos dois anos; isso incluía a razão de estar casando e, principalmente, com quem estava casando já que desde quando ela lembrava jamais tinha sequer sido beijada por alguém na vida. As circunstâncias daquele dia insano a levaram a subir ao altar e dizer sim a um desconhecido, e antes que pudesse se dar conta, estava em um avião, seguindo para uma lua de mel em um lugar paradisíaco. Não demora até que Evangeline descobra que, mesmo se tratando de um desconhecido, ela não é capaz de resistir ao marido e as delícias que se espera de uma lua de mel. Entretanto, logo ela também irá perceber que, ao seguir em frente, mesmo ignorando o que havia acontecido nos últimos dois anos, havia sem querer se afundado ainda mais na mais perigosa enrascada da sua vida, urdida por uma mente doentia. A cada nova descoberta sobre o seu passado, ela vai percebendo que sua amnésia pode não ter só apagado a melhor coisa que aconteceu em sua vida nos últimos dois anos, mas também a pior delas. Confinada em um lugar estranho, cercada de desconhecidos, Evangeline vai conhecer os dois lados da moeda: o amor mais profundo e o desejo mais obsessivo.
“— Você quer se casar com um estranho? — Ele propôs, eu senti a intensidade do seu olhar e pisquei algumas vezes. Era um daqueles momentos que uma bola vem na sua direção e você tem que agir rápido, se esquivar ou pegar. Mas no meu caso não era justo; a bola era um marido! Continuei a olhá-lo sem saber o que fazer. Não era cega para não perceber o quanto ele era atraente, com aquele rosto bonito e aquele corpo que caía maravilhosamente bem no terno de bom corte que usava, mas também não era estúpida para ceder a um homem apenas por que o julgava de boa aparência. As pessoas são mais do que um mero involucro feio ou bonito. Haviam milhares de crenças e conceitos abaixo daquele rosto perfeito, um padrão de comportamento em parte determinado pelo meio social outra pela personalidade, neuroses, preconceitos, sonhos, expectativas… e eu não sabia se estava preparada para aceitá-lo, assim como não tinha certeza se ele realmente estava a meu respeito. “
Humor e erotismo em uma trama repleta de surpresas e reviravoltas.