Review: "O Brasil e o Futuro: Da Reindustrialização ao Fim do Preconceito Social"

“O Brasil e o Futuro” é um ensaio de Prospectiva Social aplicado a esse país e suas relações com o resto do mundo, levando em conta as transformações sociais, políticas e institucionais de grande impacto, em curso no planeta.São consideradas, inicialmente, sete vulnerabilidades do Brasil: Educação e Pobreza; Defesa e Segurança Pública; os Oligopólios mal regulados dos Meios de Comunicação e dos Sistemas Financeiros; As Relações Internacionais do Brasil; a Autonomia Científica e Tecnológica e, finalmente, Preconceito Social e a Discriminação em suas várias manifestações.Há capítulos específicos para discutir os processos de desindustrialização do país, de deterioração das cidades brasileiras em diversas dimensões, inclusive do transporte público e da violência urbana, as estruturas da Saúde e da Educação, bem como um capítulo específico para examinar, sob a ótica da Psicanálise Social a complexa natureza dos Preconceitos, do Racismo e da Discriminação, a partir do conceito de ” inconsciente social”. Nesse capítulo são feitos alguns exercícios para dimensionar o que o Brasil perde desperdiçando seus recursos humanos de diferentes grupos sociais.O Brasil é uma das cinco nações de maiores dimensões de território, população e geração de riqueza (PIB) do mundo. Não obstante tal situação privilegiada, o País está estagnado há 30 anos, com um crescimento pífio, e vem sendo ultrapassado pelas economias mais dinâmicas (Itália, Canadá, Coréia do Sul e Rússia)A análise empreendida procurar mostrar que falta ao Brasil um Projeto Nacional de Desenvolvimento a ser conduzido por lideranças capazes de galvanizar o País e transformá-lo numa das principais potências do século XXII.Isto não pode ser contemplado pelas análises típicas dos neoliberais, que desprezam as circunstâncias estruturais e históricas, de evolução a longo prazo, para basear-se numa visão curtoprazista do comportamento futuro dos agregados econômicos.Apesar dessas limitações metodológicas, os neoliberais mais ortodoxos, e seus seguidores avulsos ou das correntes que se deixam influenciar por eles, sentem-se capazes de fazer previsões que todos deveriam aceitar, porque se consideram detentores de autoridade intelectual.A ótica adotada em “O Brasil e o Futuro” se inspira nos processos históricos de longo prazo, como os ciclos de hegemonia político-econômicos examinados por Giovanni Arrighi e outros discípulos do historiador Fernand Braudel. Inspira-se, também, em precursores, como Stefan Zweig, e visionários, com James Lovelock, que se dedicaram a exercícios de previsão do futuro sem descurar da Prospectiva Social.A mira do livro visa enxergar, um pouco, aquilo que pode vir a ser o século XXII, isto é, daqui a 80-100 anos, tempo necessário para o Brasil se organizar institucionalmente e aproveitar socialmente e com sustentabilidade ambiental, as enormes potencialidades econômicas que possui e que são ponderadas no livro.A conclusão do texto é formalizada numa plataforma política, proposta para discussão ampla, sem viés partidário ou eleitoral, mas visando a retomada segura, contínua e a longo prazo de um processo de desenvolvimento com soberania nacional, marcado pela distribuição regional e interpessoal da renda e a proteção da natureza.