Review: "O Arqueólogo Cordial: A Junta Nacional da Educação e o Enquadramento Institucional da Arqueologia Portuguesa durante o Estado Novo (1936-1974)"
Recomendo vivamente o livro "O Arqueólogo Cordial: A Junta Nacional da Educação e o Enquadramento Institucional da Arqueologia Portuguesa durante o Estado Novo (1936-1974)" de Rui Gomes Coelho. Ele fornece uma análise detalhada da história da arqueologia portuguesa durante o Estado Novo, desde o início da Junta Nacional da Educação em 1936 até o fim do regime em 1974. O autor mostra como a Junta foi um importante agente para a criação e implementação de políticas de arqueologia, abordando questões como a instalação de um gabinete de arqueologia, o financiamento de projetos arqueológicos e a definição de diretrizes para os arqueólogos que trabalhavam sob o Estado Novo. Além disso, o livro aborda também a criação de uma cultura arqueológica durante o período, incluindo a publicação de livros e jornais específicos para o campo, a criação de museus e a realização de eventos como congressos e conferências.
O livro de Rui Gomes Coelho é uma importante fonte de informação para acadêmicos, professores, estudantes e qualquer outra pessoa interessada na história da arqueologia portuguesa durante o Estado Novo. É detalhado e bem documentado, com informações provenientes de documentos históricos e fontes primárias. O livro também possui um índice detalhado, uma bibliografia extensa e referências bibliográficas minuciosas. Portanto, recomendo fortemente o livro "O Arqueólogo Cordial: A Junta Nacional da Educação e o Enquadramento Institucional da Arqueologia Portuguesa durante o Estado Novo (1936-1974)" de Rui Gomes Coelho como uma excelente fonte de informação sobre a história da arqueologia portuguesa durante o Estado Novo.
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O Estado Novo, uma ditadura de cariz fascista, foi marcado pelo corporativismo. De acordo com os seus princípios, a nação correspondia a uma sociedade organicamente hierarquizada que o Estado deveria espelhar e regular através das suas instituições. A Junta Nacional da Educação veiculou a atitude corporativa e foi instituída de forma a representar cada grupo de agentes culturais no país, incluindo organizações que promoviam investigação arqueológica. Paralelamente à criação da Junta, o Estado tomou uma série de iniciativas legislativas em torno do património cultural, através das quais procurou envolver todos os que nele estivessem interessados. Assim, o Estado patrocinou uma comunidade arqueológica inspirada pelo mito corporativo e articulada por uma economia de afetos que teve consequências de longa duração. Tudo isso correspondeu à emergência do «arqueológo cordial», o arqueólogo cujo coração governou tanto a sua vida pessoal como os seus projetos. De modo a explicá-lo, analisamos legislação e documentação associadas às atividades da Junta, assim como debates, conversas e histórias produzidas entre arqueólogos no decurso de cerca de quarenta anos.
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Autor: Rui Gomes Coelho
