Nas profundezas

J.-K. Huysmans (1848-1907), com o romance Às avessas (À rebours, 1884), tornou-se o escritor máximo do decadentismo francês, o movimento de reação ao naturalismo e à sociedade tecnológica de massas que se anunciava no final do século XIX. Em seu romance posterior, Nas profundezas (Là-bas, 1891), o escritor voltou-se para um assunto que desafiava a racionalidade científica e vinha despertando interesse entre alguns setores da sociedade francesa: o satanismo. “Que época estranha!”, observa um personagem. “Justamente no momento em que o positivismo atinge seu auge, o misticismo desperta e têm início as loucuras do oculto!”
Em um dos capítulos, Nas profundezas traz a descrição de uma missa negra (satânica), feita, segundo o autor, de acordo com uma experiência verídica. Foi um dos motivos da notoriedade do livro. A par de suas qualidades como literatura e documento, Nas profundezas provocou escândalo pela descrição das  atrocidades cometidas por um padre satanista da Idade Média e pela dubiedade moral de seus personagens contemporâneos. Leitores pressionaram para que fosse suspensa sua publicação serializada no jornal L’Écho de Paris, o que não aconteceu. Ao ser lançado em livro, a venda do romance chegou a ser proibida nas livrarias de estações ferroviárias.
O escândalo não era estranho a Huysmans desde a publicação de Às avessas, cujo personagem principal, Jean Floressas Des Esseintes, é um dândi excêntrico que, entediado com a realidade de seu tempo, se cerca de objetos de arte, livros raros e produz experiências sensoriais bizarras. Livro e personagem teriam provocado grande impacto em Oscar Wilde, inspirando a criação de O retrato de Dorian Gray. O romance foi levado ao tribunal pelo promotor do julgamento de Wilde por homossexualismo, como suposta prova de perversão do réu. Do campo literário, a reprovação veio do ex-padrinho artístico de Huysmans, Émile Zola, que reconheceu no romance a intenção do autor de romper com a escola naturalista.
No entanto, um procedimento típico do naturalismo, o embasamento quase científico dos fatos narrados ficcionalmente, é uma das razões do vigor de Nas profundezas. Nele, Durtal, um escritor individualista, alter ego do próprio Huysmans, se encontra em meio a pesquisas para uma biografia do satanista medieval Gilles de Rais, acusado de estuprar e degolar centenas de crianças. O romance é feito em boa parte de conversas sobre cristianismo, ocultismo, alquimia e práticas de magia. Entre os interlocutores, estão um médico desiludido com o estado da ciência em sua época, o devoto sineiro da igreja de Saint Sulpice, em Paris, um astrólogo e um historiador, cuja mulher se torna amante de Durtal e o conduz até a missa negra ministrada pelo cônego Docre, que tem uma cruz tatuada na sola do pé para pisar o tempo todo no símbolo principal do cristianismo. A inspiração para esse personagem seria um religioso belga. O abade Joseph Boullan, amigo de Huysmans e também acusado por alguns de satanismo, inspirou o personagem dr. Johannès, retratado como um padre que pratica a magia para derrotar Satã.

Resenha:

Nas Profundezas, de J.-K. Huysmans, é um romance narrado pelo protagonista Durtal, um homem na meia-idade que tenta encontrar significado e um sentido de propósito em sua vida. O livro conta a jornada de Durtal para encontrar o amor e a religião, bem como as experiências intensas que ele tem ao longo do caminho. Nas Profundezas é um livro profundo e comovente que mostra como o amor e a religião podem transformar as vidas das pessoas. Recomendo fortemente Nas Profundezas para grandes e pequenos leitores que procuram um livro profundo e emotivo.

O livro oferece uma narrativa rica e complexa sobre a busca pessoal de Durtal. Nas Profundezas explora temas como a espiritualidade, a identidade, a felicidade e o amor. O personagem principal é forçado a mudar sua perspectiva de vida e a encarar seus medos ao longo do caminho. Este livro é capaz de envolver os leitores e fazê-los questionar suas próprias crenças e sentimentos.

Além disso, o livro apresenta personagens cativantes, complexos e reais. Os diálogos entre eles são profundos e realistas. A jornada de Durtal é acompanhada por momentos de ação emocionante e tensão, mas também por momentos de paz e tranquilidade. O livro é escrito em linguagem poética e com um estilo único, que é capaz de cativar os leitores.

Ao longo de Nas Profundezas, Durtal passa por uma série de desafios e experimenta muitos sentimentos. O livro retrata a diversidade e a complexidade da vida humana, enquanto mostra os altos e baixos que Durtal enfrenta ao longo de sua jornada. Com rica descrição e profundidade, o livro conta a história de Durtal de uma forma envolvente.

Para concluir, Nas Profundezas é um livro que nos faz pensar sobre a verdadeira natureza do amor e da religião. O livro encoraja os leitores a enfrentar seus medos e a procurar o significado de suas próprias vidas. Além disso, o livro é bem escrito e possui personagens cativantes, diálogos profundos e um estilo único de escrita. Recomendo este livro para qualquer leitor que esteja procurando por uma experiência literária envolvente e profunda.

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