Eu recomendo o livro Memórias do Cárcere – I, de Camilo Castelo Branco, para aqueles que desejam mergulhar na história e cultura portuguesa durante o século XIX. Este livro é uma coleção dos contos e ensaios escritos pelo autor durante seu tempo de prisão na cadeia de Caxias, entre 1861 e 1867.
O livro contém vários relatos de vida, que são extremamente poéticos e ricos em detalhes. Eles nos ajudam a entender as experiências vividas pelo autor durante esse período difícil da sua vida.
Uma das obras mais destacadas de Camilo Castelo Branco, esta coleção captura o espírito do período em que ele viveu e nos oferece um retrato aprofundado da sociedade portuguesa nessa época. O estilo de escrita do autor é, ao mesmo tempo, poético e bem articulado, o que permite aos leitores entender e se conectar com a história.
Ao longo do livro, Camilo Castelo Branco retrata sua experiência de prisão e suas reflexões sobre a sociedade, a vida e as circunstâncias que o levaram a se encontrar ali. Suas palavras são profundas, poéticas e inspiradoras, e nos permitem ter uma melhor compreensão da mentalidade e da cultura de um dos maiores escritores da literatura portuguesa.
Memórias do Cárcere – I é um livro que merece ser lido. É uma obra profunda, emotiva e poética, que nos traz muito mais do que um relato da vida privada de Camilo Castelo Branco durante sua prisão. Oferece aos leitores a oportunidade de conhecer melhor a história e a cultura portuguesas do século XIX. Portanto, é altamente recomendado para todos os amantes da literatura.
“As Memórias do Cárcere foram escritas na convalescença duma grande enfermidade moral. Conheci quanto pode o homem sobre si próprio, em quarenta dias de laboriosa provação, que tantos empreguei em ordenar estes quadros, que constituíram dois pequenos volumes na primeira publicação. Consistiu a minha luta em fingir uma estoica serenidade, que, tão ao revés da minha índole, vinguei e dissimulei. Assim mesmo haviam relanços no livro em que o propósito não lograra sopesar o espírito. Esses relanços desagradam-me agora, e hei de cancelá-los espontaneamente. Ainda bem que de mui pouco me incomoda o arrependimento. Se me disserem que outro homem poderia dar mais louvável exemplo de cordura e mansidão, responderei que exemplo mais louvável só poderia dá-lo quem se calasse, em analogia de circunstâncias. Isso, a tê-lo eu feito, me seria agora motivo de muito orgulho – o orgulho de quem se alevanta superior às dores e às afrontas.”
Texto segundo o Novo Acordo Ortográfico.
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