Eu recomendo o livro "Marranos" de Donatella Di Cesare. É uma leitura encantadora e interessante, que aborda o assunto da assimilação judaica na Itália durante o século XVII e primeiro século XVIII. O livro conta a história dos marranos, judeus que se converteram ao catolicismo para se protegerem da perseguição, mas mantiveram sua identidade judaica em segredo. É uma história emocionante de sobrevivência, resistência e adaptação às circunstâncias. A escrita de Di Cesare é clara e fluida, e ela consegue nos envolver na história e nos transportar para a época, com seus detalhes históricos e sua descrição cuidadosa das vidas dos marranos.
A autora também nos apresenta as circunstâncias políticas, econômicas e religiosas que os marranos enfrentaram durante esse período. Ela explica como os judeus enfrentaram a perseguição religiosa e a discriminação racial e como eles resistiram lutando contra essas forças. O livro também conta sobre como eles se adaptaram às novas circunstâncias, usando a assimilação para sobreviver e até mesmo prosperar.
O livro de Di Cesare é uma leitura inspiradora e emocionante. Ela nos mostra como a resistência e o espírito de adaptação dos marranos podem nos levar à vitória, mesmo quando todas as probabilidades estão contra nós. A escrita de Di Cesare tem profundidade e poesia, que nos ajudam a nos conectar com os personagens e a viver a história. É uma leitura fascinante que não deixará ninguém indiferente.
Eu recomendo esse livro para todos os que desejam conhecer a história dos marranos e experimentar como foi a vida deles durante o século XVII e primeiro século XVIII. É uma leitura interessante, emocionante e inspiradora que todos deveriam ler.
Vítimas de violência política e intolerância religiosa, excluídos mesmo após o batismo forçado, perseguidos pelas primeiras leis racistas, obrigados a emigrar para dentro de si, não mais judeus, mas tampouco cristãos, os marranos são “o outro do outro”. A cisão dilacerante e a duplicidade existencial conduzem à descoberta do eu, à exploração da interioridade. Os resultados são díspares: vão da mística de Teresa D’Ávila ao conceito de liberdade de Baruch Spinoza. Embora inscrito na história, o marrano transcende seus limites, revelando-se o paradigma indispensável para investigar a modernidade política. Tendo sobrevivido graças à clandestinidade, à resistência da lembrança, ao segredo da memória, que se tornou com o tempo a memória do segredo, os marranos não podem ser arquivados. O marranismo nunca terminou.
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Autor: Donatella Di Cesare
