Review: "Filhos do Sol e do Vento: “Um homem honrado não vive entre quatro paredes!” …dizia o velho cigano."

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Eu recomendo o livro "Filhos do Sol e do Vento: “Um homem honrado não vive entre quatro paredes!” …dizia o velho cigano." de Francisco Rodrigues. Nele, o personagem principal é um cigano que vive na estrada, vivendo uma vida de liberdade, sem as restrições impostas pela sociedade moderna. É um livro inspirador que mostra como a vida na estrada pode ser repleta de aventuras, amizades duradouras e experiências inesquecíveis. A jornada de Francisco Rodrigues é cheia de desafios e escolhas que nos ajudam a pensar sobre a vida e as escolhas que temos que fazer. O livro nos dá uma visão profunda sobre os costumes e as tradições do povo cigano, mostrando o quanto é importante respeitar a herança cultural. Além disso, o livro também oferece lições de vida, mostrando como é possível viver de forma honrada e sem as restrições impostas pela sociedade moderna. Com personagens carismáticos e uma narrativa bem construída, o livro nos ajuda a ter uma visão diferenciada da vida e nos encoraja a nos desafiar a sair da nossa zona de conforto. A leitura de "Filhos do Sol e do Vento: “Um homem honrado não vive entre quatro paredes!” …dizia o velho cigano." de Francisco Rodrigues é uma viagem incrível que nos ajuda a compreender melhor a vida. É um livro que vale muito a pena ser lido e recomendado.

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Álvaro é um rapaz do campo que para ajudar a família vem para Lisboa trabalhar nas obras dum amigo do pai, empreiteiro vigarista useiro em trapaças, cheques sem cobertura e dívidas.Esforça-se e aprende rapidamente as artes da construção civil até que entende estar profissionalmente preparado, e começa a trabalhar por conta própria. Ao longo dos anos, porventura servindo-se de métodos pouco ortodoxos, Álvaro faz fortuna e torna-se num construtor dono dum enorme património.Decidido a casar-se recusa os conselhos da mãe, que gostaria de ter como nora uma mulher da sua aldeia porque no entender da velha senhora as mulheres da cidade são todas umas galdérias. Opinião diferente tem o Álvaro, depois de ver como as raparigas da aldeia se comportam quando não estão sob a vigilância dos familiares nas aldeias remotas. Mais tarde o seu filho Marco, arquitecto, pouco mais faz na vida que servir de moço de recados ao pai, o que o inferioriza, mas ao mesmo tempo ele próprio nota em si pouca capacidade para se livrar daquilo que o oprime.Um dia o pai manda-o a Portimão com um cheque visado de dois milhões de euros, outros dois milhões em dinheiro e uma procuração, para fazer a escritura de compra dum lote de terreno para construírem um grande edifício. Mas um construtor antigo amigo do pai, informado do negócio e do percurso do rapaz pelo gerente do banco onde levantam o dinheiro para o pagamento do terreno, contrata três fulanos de má catadura para assaltarem o Marco.A tentativa de assalto falha, Marco sofre um acidente, fica alguns dias em coma e sofre duma profunda amnésia que o impede de se recordar de tudo quanto a sua vida tem sido ou sequer, de quem é.Acolhido por uma família cigana nómada que acredita que o ataque ao rapaz se possa dever a questões relacionadas com drogas, e que por essa razão não o entregam à polícia ou num hospital com medo de represálias, Marco vive com eles. Ao ritmo lento das rodas das carroças e do passo das mulas, ou sentados à noite em volta da fogueira, o rapaz vai sendo iniciado na cultura calé pelo patriarca da família, que lhe demonstra e tenta incutir a pureza dos sentimentos e hábitos calós, da sua inegociável recusa em se submeterem a algum chefe no sentido que os padjos têm de chefe, ou de se disporem a acelerar um ritmo de vida que à partida lhes serve perfeitamente para viver e realizar a sua função nesta vida, simplesmente, viver em família, sem nunca abandonar os seus, porque a vida só pode fazer sentido quando partilhada a cada momento com os nossos. Marco aprende que a verdadeira liberdade não existe nem pode prescindir da participação, do espírito de sacrifício, e da responsabilização. De todos para todos e entre todos os elementos duma família, por sua vez a unidade primeira na cultura cigana.
Neste livro, o autor tenta passar uma mensagem segundo a qual, a nossa sociedade hiper-desenvolvida(?) tem muito a reaprender com as sociedades tradicionais, verdadeiros repositórios das antigas tradições milenares, do amor pela liberdade, pela família e pelo equilíbrio nas relações sociais, sem esquecer que a perda ou adulteração de conceitos como a responsabilidade por si mesmo e pelos seus, estão na base da destruição e negação da verdadeira felicidade. Que obviamente, apenas pode ser encontrada nas pequenas e simples coisas da vida, e sobretudo dentro de nós mesmos, se e quando estamos bem connosco e com os que são nossos. Participação, espírito de sacrifício e responsabilização conduzem à liberdade, tanto política como social e familiar, e só em liberdade o ser humano pode atingir a plenitude da realização pessoal.Tenta o autor dar uma panorâmica ainda que reduzida mas não redutora, dos hábitos e costumes ciganos, melhor, da cultura cigana, que tem sido mantida com uma certa pureza ao longo dos mais de mil anos que dura a epopeia deste povo, vindo da região do Punjab, na Índia, e que desde sempre tem sido alvo de perseguições e crimes de toda a espécie, como o genocídio.

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