Fantasmas do Araguaia

O mundo pós-Woodstock e o maio de 1968 em Paris, quando o movimento estudantil deflagrou um conflito que viria trazer profundos reflexos não apenas para a sociedade francesa, mas para todo o mundo, encontrava seu contraponto no Brasil. Aqui o Ato Institucional nº 5, fruto do acirramento da ditadura militar, eliminava de vez qualquer possibilidade de retorno à democracia. Nesse cenário, um jovem universitário, até certo ponto alienado do contexto político que o cercava, em busca de respostas às suas angústias pessoais, embarca numa aventura sem volta, que iria marcar sua vida para sempre.
Tendo a densa floresta como pano de fundo, o personagem, numa atmosfera de pesadelo, combate aqueles que o governo considera como inimigos da nação, mas que no fundo são apenas pessoas que apresentam as mesmas dúvidas e inquietações suas. Fantasmas do Araguaia, obra de ficção, fruto de profunda pesquisa do autor, que inclusive esteve na região, pretende mostrar aos leitores o lado humano desse conflito, que lamentavelmente ainda não pode ser dado como encerrado, já que muitas vítimas continuam sem direito a uma sepultura digna.
Fica aqui a velha máxima: “Numa guerra, não existem vencedores, de alguma forma todos perdem”.
Contradizendo o senso comum de que seríamos um povo pacífico e cordial, a grande verdade é que, ao longo de nossa história, o Brasil tem se envolvido em graves conflitos militares. Sem maior esforço, em função de sua importância, poderíamos citar a Guerra do Paraguai e Canudos como exemplos, mas sem esquecer os vários outros movimentos ocorridos antes e depois de nossa independência. Obviamente nossa participação na Segunda Guerra Mundial não pode ser esquecida. É frequente também o convite ao Brasil para compor as Forças de Paz patrocinadas pela ONU. O episódio da Guerrilha do Araguaia se enquadra plenamente neste contexto. Impulsionados pela Guerra Fria, um grupo de jovens de vários estados do Brasil se instala na região do Araguaia (hoje estado de Tocantins), visando com isso iniciar um movimento armado, que na sua visão deveria se alastrar por todo o país. Percebendo os riscos envolvidos, o governo inicia então a repressão ao movimento. Jovens de ambos os lados, comandados por políticos, se envolvem em inúmeras escaramuças que depois se ampliariam para combates mais intensos, que vitimaram inclusive moradores da região. Aí encontramos nosso personagem. Boa formação cultural, mas tendo que cumprir ordens que lhe parecem cada vez mais insanas e sem sentido. Sem família ou mesmo amigos mais próximos, a única forma de manter sua sanidade é se refugiar em divagações nas lembranças de sua antiga vida.

Resenha:

Eu recomendo "Fantasmas do Araguaia" de Jorge Stamatopoulos. É uma obra de gênero histórico-fiction que tem a força de unir eventos do passado e narrativas literárias de forma única e intrigante. O livro apresenta a história de uma região fronteiriça do Brasil no início do século XX, com personagens diversos, cada um envolvido em seu próprio interesse e conflito. Os temas deste romance são variados, incluindo o conflito entre o povo indígena e os colonizadores portugueses, as relações entre as culturas, o desenvolvimento social e econômico da região, e o empoderamento de mulheres e minorias. O autor utiliza uma voz literária poderosa para contar a história. Sua escrita é vívida e fluida, e é capaz de transportar o leitor para as margens do Araguaia e para dentro das mentes e paixões dos personagens. É uma narrativa rica e profunda que prova que a história é um meio de entender o presente. Com seu ritmo narrativo e seu foco na força das mulheres e minorias, "Fantasmas do Araguaia" é uma leitura imperdível e altamente recomendável.

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