Review: "Esboço de uma moral sem obrigação nem sanção"

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O livro "Esboço de uma moral sem obrigação nem sanção" de Jean-Marie Guyau oferece um olhar único sobre os princípios da moralidade. A obra de Guyau aborda a moral como um conjunto de princípios, que se baseiam na consciência individual e não em obrigações ou sanções externas. Ao longo da obra, o autor examina a natureza da moralidade e os princípios inerentes que a guiam. Ele argumenta que a moralidade é inerente em todos os seres humanos e que a consciência individual é o principal meio para a determinação moral.

Em "Esboço de uma moral sem obrigação nem sanção", Guyau estuda a relação entre a moralidade e a consciência. Ele argumenta que qualquer pessoa pode desenvolver um senso de moralidade ao desenvolver e aprimorar sua consciência. O autor também examina a relação entre a moral e a sociedade, argumentando que as leis e os padrões sociais não são suficientes para guiar a moralidade individual.

Além disso, Guyau examina a relação entre a moralidade e o bem-estar geral. Ele argumenta que a moralidade deve ser guiada pelo bem-estar geral, e não pelo prazer individual. Por fim, o autor defende que as mudanças sociais são necessárias para o aperfeiçoamento da moralidade e do bem-estar geral.

Em suma, "Esboço de uma moral sem obrigação nem sanção" de Jean-Marie Guyau é uma obra importante que examina os princípios da moralidade. O livro oferece um olhar único sobre a moralidade, argumentando que ela não é guiada por obrigações externas ou padrões sociais, mas sim pela consciência individual. Além disso, o autor defende que a moralidade deve ser guiada pelo bem-estar geral e defende que mudanças sociais são necessárias para o aperfeiçoamento da moralidade e do bem-estar geral. Eu recomendo o livro "Esboço de uma moral sem obrigação nem sanção" de Jean-Marie Guyau para quem deseja adquirir uma compreensão mais profunda dos princípios da moralidade.

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O “Esboço de uma moral sem obrigação nem sanção” recusa os pontos de vista dogmáticos de Kant, que sustenta que a ética se assenta em uma lei universal exterior ao homem. Ao contrário, afirma Guyau, a moral nasce de um princípio imanente que nada mais é que a própria vida. E porque a vida suscita sempre mais pluralidade, existe “anomia”, ou seja, “ausência de lei fixa”. Em suma, Guyau entende que “a verdadeira autonomia deve produzir a originalidade individual e não a uniformidade individual”. Daí a necessidade de uma “moral dos fatos” devolvendo a metafísica à condição de um jogo de hipóteses próprio de cada um. O vitalismo de Guyau inova por não se reduzir a um hedonismo simplório: o homem tem necessidade de viver segundo grandes ideias, sendo a ideia antes de mais nada o resultado de uma força que busca se exprimir. Por conseguinte: “Aquele que não conforma sua ação ao seu mais elevado pensamento está em luta consigo mesmo, dividido interiormente”. Guyau rejeita assim o utilitarismo moral de Berkeley – adversário de Kant – para quem nós só agimos de maneira calculista visando o prazer. Quanto ao egoísmo, ele aparece como uma “mutilação”: nossa “espontaneidade natural” nos impele, ao contrário, à “solidariedade”. A política não se opõe mais à natureza, mas a prolonga. Por ter reaberto a possibilidade de um homem naturalmente moral, Guyau exerceu uma forte influência sobre a filosofia anarquista de Kropotkin, que dedicou a ele um capítulo fundamental da sua Ética. Nietzsche vai igualmente cobrir de notas elogiosas a sua edição do Esboço, encontrando nele os fermentos fecundos de sua “vontade de potência”. Porque a vida, escreve Guyau, é “fecundidade”: ela é um “poder” que, pelo fato de nos exceder, impõe-se como um “dever”: essa “semente do futuro já transbordando no presente”.Philippe Nassif (Philosophie Magazine)
Publicado pela primeira vez em 1885, o “Esboço de uma moral sem obrigação nem sanção” nos propõe uma teoria ética inspirada pelo evolucionismo e a psicofisiologia nascente. Seu princípio, a tendência da vida à mais expansão e mais intensidade, permite a seu autor, Jean-Marie Guyau (1854-1888), situar-se em contraposição às «duas tendências da moral» – segundo ele: o utilitarismo anglo-saxão e o kantismo continental. Ele o leva também a nos oferecer a perspectiva original de uma «moral da vida» nesse livro «refinado e melancolicamente corajoso» (Nietzsche).(apresentação da edição Belles-Lettres)
Partindo da concepção fundamental da vida intensa e extensiva, Guyau se propõe a investigar aquilo que seria e até onde poderia ir uma moral da qual não fizesse parte nenhum “preconceito”, na qual tudo fosse examinado e apreciado em seu justo valor, tanto no aspecto das certezas, quanto no aspecto das opiniões e hipóteses simplesmente prováveis. Para isso, ele distingue a moral racional da moral ordinária. Podemos, aliás, conceber muito bem que a esfera da demonstração intelectual não se iguale em extensão à esfera da ação moral. Nesse caso, o costume, o instinto e o sentimento guiam o homem. É preciso apenas saber que obedecemos, então, aos impulsos mais generosos da natureza humana, ao mesmo tempo que às mais justas necessidades da vida social. A moral científica não deve ter a pretensão de abranger tudo. Ela própria deve trabalhar para delimitar o seu domínio. É preciso que ela consinta em dizer com franqueza: nesse caso, eu não posso prescrever nada imperativamente em nome do dever. Então, não há mais obrigação e nem sanção: apenas os instintos mais profundos permanecem agindo. Cada um, então, fica entregue ao seu “self-government”. É a liberdade na moral que consiste na abstenção da regulação científica, todas as vezes em que ela não pode ser justificada com um rigor suficiente. Esse livro pode ser considerado como uma tentativa de determinar o alcance, a extensão e, também, os limites de uma moral exclusivamente científica.(apresentação das Éditions Allia)

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