Recomendo o livro "Direito à memória e à verdade: dos casos Vladimir Herzog e Guerrilha do Araguaia ao revisionismo histórico" de Elisa Hartwig para qualquer pessoa interessada em entender como ocorre o revisionismo histórico e o direito à memória e à verdade de acontecimentos importantes na história do Brasil. O livro aborda com detalhes dois dos mais importantes acontecimentos que influenciaram a história brasileira: o assassinato de Vladimir Herzog no Doi-Codi e a Guerrilha do Araguaia. Elisa apresenta de forma clara e convincente a importância desses acontecimentos para a história brasileira e os esforços para levar à luz a verdade dos fatos. Além disso, ela discute as conseqüências da manipulação, desinformação e omissão de informações da história e o direito à memória e à verdade de seus protagonistas.
Apesar de o conteúdo do livro ser complexo, a autora consegue deixar de forma clara e acessível ao leitor, a discussão desses assuntos. Ela usa fontes oficiais, como as investigações do AI-5, e depoimentos dos próprios protagonistas desses acontecimentos para compor seu relato. Ela também aborda a importância da luta dos movimentos sociais e de organizações de direitos humanos para trazer à luz a verdade dos fatos.
O livro também discute como se dá a manipulação da história e a desinformação dos fatos para fins políticos e como isso tem consequências na sociedade. Esta obra traz à tona a importância de se ter o direito à memória e à verdade como forma de proteger o direito à informação e à verdadeira memória de acontecimentos importantes na história do Brasil.
Em suma, este livro é um trabalho importante para a compreensão dos acontecimentos históricos do Brasil e do direito à memória e à verdade. Elisa Hartwig consegue abordar de forma clara e acessível assuntos complexos e trazer à luz a importância de não se omitir a verdade e a luta para que ela venha à tona.
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O livro estabelece paralelismos entre o período militar e a situação atual do país, indicada por muitos especialistas como uma pós-democracia. Isto pois, além de o Brasil estar vivenciando uma instabilidade política inegável – com o impeachment de uma presidenta em 2016, considerado por muitos como um golpe parlamentar –, apontam-se graves desrespeitos aos direitos e garantias constitucionais. Nesse sentido, o sistema político vigente revela-se extremamente excludente, com um agigantamento do Estado Penal, visando sempre à garantia das condições necessárias para o desenvolvimento do neoliberalismo.Nesse contexto, verifica-se uma intensificação das teses revisionistas e negacionistas sobre a ditadura militar, que varia da deturpação a negação de fatos históricos, perpetrada, inclusive, por atores jurídicos e políticos, como é o caso do Presidente da República, Jair Bolsonaro. Assim, o escopo da presente pesquisa é determinar se há violação aos direitos à verdade e à memória das vítimas do regime militar, assim como da sociedade brasileira, em razão da negação de graves violações aos direitos humanos ocorridas neste período.A pertinência do estudo justifica-se pela gravidade do desrespeito ao princípio democrático, ao Estado de Direito e aos direitos humanos de vítimas de crimes contra a humanidade. Ademais, a memória é parte integrante do patrimônio cultural e da identidade de um povo, razão pela qual todos têm direito de conhecer e recordar os eventos traumáticos de seu país. Além disso, a pesquisa é relevante, pois o combate à impunidade visa a garantir a não-repetição das violações no futuro.Leia mais
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Autor: Elisa Hartwig
