Eu recomendo o livro "Crise Civilizacional e Pensamento Decolonial: Puxando Conversa em Tempos de Pandemia" de Francisco Uribam Xavier de Holanda para qualquer pessoa interessada em entender mais sobre o contexto da pandemia, com a proposta de se pensar além do que vemos. O livro foi escrito como resposta aos momentos de confusão e incerteza que a pandemia trouxe, e oferece um olhar diferente de como as pessoas podem trabalhar juntas para enfrentar os desafios do presente e do futuro.
O livro começa com uma discussão dos conceitos da crise civilizacional e do pensamento decolonial. Estes são usados para explicar os atuais desafios ao mundo, e como é possível criar uma sociedade mais justa, equitativa e sustentável. O autor faz uso de diversas referências, desde a cultura popular até a ciência e filosofia, para propor um modo diferente de encarar a crise. Isso é feito através da análise do contexto atual, do passado e das tendências futuras.
Outro aspecto importante do livro são os estudos de caso. Eles fornecem exemplos práticos sobre como as pessoas estão usando o pensamento decolonial para enfrentar os desafios da pandemia, e como isso pode ser aplicado em outros contextos. Além disso, o livro também inclui entrevistas e discussões com especialistas em diferentes áreas, trazendo ainda mais profundidade e complexidade à análise.
Em suma, o livro de Francisco Uribam Xavier de Holanda é uma leitura inteligente, bem escrita e profundamente relevante. Com seu visão holística, ele nos ajuda a compreender melhor a crise civilizacional, bem como a discutir e implementar ideias para um futuro melhor. Se você estiver procurando uma leitura diferente, que lhe dê uma nova perspectiva sobre os desafios da pandemia, esse livro é a escolha certa.
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No momento atual, vivenciamos uma crise do processo civilizacional (visão de mudo) da modernidade, de seu império cognitivo e de seus sistemas econômicos, o capitalismo e o socialismo. Portanto, não se trata apenas de estarmos diante do desafio de enfrentar as crises dos sistemas econômicos, mas do de enfrentar a crise de esgotamento de um processo civilizador. Nesse sentido, o enfrentamento das crises econômicas desvinculadas da crise civilizatória torna-se insuficiente, pois não existe sistema econômico sem um padrão civilizador, mas padrão civilizador com sistemas econômicos. Para parte dos pensadores decoloniais, o esgotamento do projeto de modernidade se revela na sua incapacidade de cumprir sua promessa emancipatória por meio de seus sistemas econômicos. Assim, a superação sistêmica (do capitalismo e do socialismo) não é uma resposta suficiente para a crise da modernidade.Em tempos em que diferentes agentes anunciam o fim da história e a morte do sujeito como forma de neutralizar toda oposição reflexiva crítica a respeito da racionalidade instrumental, em que a chamada extrema-direita flerta com o protofascismo e a esquerda adere ao neodesenvolvimentismo keynesiano como projeto político, vimos estabelecer-se a visão sistêmica como pensamento único. Diante desse fato, tenho dito que o capitalismo é de esquerda e de direita. O anticapitalismo é dionisíaco. É transgressão da ordem, é desobediência epistêmica e política. Todavia, quando passei a entender que a crise que vivemos/presenciamos é maior do que a crise do sistema capitalista, que se trata da crise do padrão civilizatório moderno, passei a entender, junto com alguns pensadores decoloniais da rede Modernidade/Colonialidade, que o capitalismo e o socialismo são projetos da modernidade. As revoluções da modernidade: a Revolução Burguesa, a Revolução Industrial, a Revolução Francesa, a Revolução Americana, a Revolução Mexicana, a Revolução Russa, a Revolução Chinesa, a Revolução Cubana, a Revolução Nicaraguense, a Revolução Cultural, a Revolução Sexual, a Revolução Urbana, a Revolução Tecnológica, etc., são revoluções sem emancipação. A libertação, o giro decolonial, é um horizonte civilizatório outro; transmoderno e pluriversal. É sobre essas reflexões, portanto, que este livreto pretende puxar conversa.
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