Eu recomendo o livro "Corpo Público" de Mathilde Ramadier a qualquer pessoa interessada em conhecer melhor a sociedade contemporânea. O livro mergulha na análise crítica da forma como as pessoas experimentam os efeitos de estar envolvidas no corpo público. Ao abordar questões como a divisão de classes, a desigualdade, a cultura pop, a sexualidade, a figura do herói, a força da narrativa e a questão étnica, Mathilde nos oferece uma perspectiva unique e abrangente sobre a realidade de hoje.
Através de muitas entrevistas, análises de filmes, séries de televisão, livros e outras obras de arte, Mathilde Ramadier nos incita a compreender como o corpo público reage às diferenças entre pessoas. Ela também explora como as diferenças de classe, gênero, raça e outros fatores influenciam a relação entre o individual e o coletivo. Ao fazer isso, ela nos ajuda a desenvolver um senso mais amplo do que significa estar envolvido no corpo público e a entender melhor as complexidades da nossa sociedade contemporânea.
Além disso, Mathilde apresenta seus argumentos de forma clara e convincente, de modo que até mesmo os leitores menos versados em teoria social se sentem à vontade para acompanhar as discussões. Os argumentos são apoiados por evidências convincentes, fornecendo uma forte fundamentação para as suas análises. O estilo de escrita de Mathilde é envolvente, poético e acessível, tornando o livro um prazer de ler.
Em suma, "Corpo Público" é um livro profundamente informativo e de leitura prazerosa. É uma obra indispensável para aqueles que desejam entender melhor a sociedade contemporânea e os diversos desafios que ela oferece. É um livro que certamente mudará o modo como você vê o mundo.
O corpo das mulheres – com seus ciclos, mistérios e poder – sempre foi alvo de medo, proibições, punições, controle. Para domá-lo e subestimá-lo, foi tornado um CORPO PÚBLICO, sobre o qual todos têm algo a dizer. Mas alguém escuta de verdade o que cada um desses corpos fala?
Desde criança, Morgan se acostumou a dividir as decisões sobre seu corpo com outras pessoas. Primeiro com a mãe e o ginecologista, depois com os parceiros, os chefes, colegas de trabalho e, acima de tudo, com a sociedade, que o tempo todo dita normas para que uma mulher se sinta feminina e dentro dos padrões. Começa assim: “Sente-se direito!”, “Seja dócil!”, “Isso não é comportamento de menina!”. E continua: “Não engorde!”, “Depile-se!”, “Faça as sobrancelhas!”, “Controle seus hormônios!”, “Tome pílula!”, “Engravide!”, “Tenha um parto natural!”, “Amamente!”, “Volte logo ao sexo e ao trabalho!”. Faça tudo isso, mesmo que nada disso faça você se sentir bem consigo mesma. Não há maioridade nem autonomia financeira que livre as mulheres disso. A única lição básica imposta a vida inteira às mulheres é: não se conheça!
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Autor: Mathilde Ramadier
