Bissau em Chamas, escrito por Américo Silva Santos, é um livro incrível que trata da turbulenta história da Guiné-Bissau. O livro acompanha a Guiné-Bissau desde o início de sua independência em 1974 até o presente. É importante lembrar que a história da Guiné-Bissau é muito mais do que a descrição de alguns momentos importantes da vida da nação. A história é a sua memória coletiva, seu passado comum, sua identidade e seu futuro.
O livro, narrado de forma fluente e com a profundidade adequada, abrange não apenas os fatos históricos, mas também os aspectos culturais e políticos da Guiné-Bissau. O autor explica como a independência foi conquistada e como a Guiné-Bissau se tornou uma nação com um governo democrático. Ele também explora as diferentes facções políticas e sua influência na formação da nova Nação.
O livro também abrange as lutas internas, desde as revoltas dos anos 70 até a guerra civil que explodiu em 1998, bem como as relações internacionais com outras nações e com a comunidade internacional. A obra também destaca as ações realizadas pelo governo para melhorar a vida dos cidadãos e as reformas necessárias para alcançar a paz e a estabilidade.
Finalmente, a obra destaca a importância da participação cívica na construção de uma nação próspera e democrática. O autor explica como a participação cívica e o engajamento político são fundamentais para o desenvolvimento de uma nação, especialmente em uma nação em desenvolvimento como a Guiné-Bissau.
Em suma, Bissau em Chamas é um livro importante para entender a história e a cultura da Guiné-Bissau. É extremamente recomendado aos interessados na história desta nação e na participação cívica na construção de um futuro melhor. Esta obra é uma excelente contribuição para o entendimento das complexidades históricas, culturais e políticas da Guiné-Bissau.
“Em Junho de 1998 aconteceu na República da Guiné-Bissau um golpe de estado militar seguido, sem solução de continuidade, por uma guerra civil sem quartel. Não se tratava, obviamente, do primeiro golpe militar africano. Mas, para Portugal, era uma ocasião especial por razões de natureza política e estratégica e por motivações afectivas muito próprias. Duas vias se apresentaram que pareciam fornecer a Portugal a oportunidade e os instrumentos necessários para recolher os cidadãos nacionais em situação precária e ajudar o povo e o Estado da Guiné-Bissau a retomar o caminho da sua normal evolução democrática: em primeiro lugar, a catalisação de uma aliança com nações amigas para uma intervenção humanitária militar preparada para impor e manter a paz entre as partes em conflito; e em segundo lugar, a acção nacional isolada, com o acordo das autoridades guineenses, correndo o risco de enfrentar hostilidades de potências já envolvidas no conflito. Os esforços desenvolvidos para a primeira solução lamentavelmente falharam. E Portugal ousou! Rápida e decididamente, de forma que se revelou oportuna, competente e eficaz, assumiu a segunda via. Vencendo cepticismos internos e externos, a diplomacia e as Forças Armadas Portuguesas, sob uma direcção política com vontade de fazer, viram recompensada a sua ousadia…”
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