Autoimperialismo, de Benjamin Moser, é um livro que eu gostaria de recomendar para qualquer leitor interessado em reflexões profundas sobre a natureza humana e o efeito que suas ações têm sobre si mesmo. O livro oferece uma exploração abrangente e esclarecedora sobre como a busca por poder e status pessoal, por meio do esforço para obter mais poder e influência sobre outros, pode resultar na distorção do auto-conceito e da imagem que temos de nós mesmos. Moser fornece uma visão única sobre a forma como as pessoas podem manipular a mentalidade de outras como meio de criar uma personalidade e identidade mais desejáveis, ao mesmo tempo que correm o risco de se perder ou ser esquecidos em seu empreendimento.
A partir de estudos teóricos e casos de suas experiências pessoais, Moser examina como o autoimperialismo é uma estratégia de defesa, ou seja, o comportamento em que as pessoas usam para lidar com a incerteza e o medo. Ele explica também a forma como percebemos ou interpretamos nossa posição e papel na sociedade, e como isso influencia diretamente nossa auto-avaliação e nosso desejo de obter reconhecimento e status. A partir de uma perspectiva psicológica, Moser também aborda a forma como as pessoas podem absorver os ideais sociais dominantes e desenvolver sua própria identidade através da adesão a esses ideais.
O livro também aborda a importância de desenvolver uma atitude de aceitação de si mesmo e de estar aberto a novas perspectivas. Moser faz um argumento convincente de que, para alcançar a realização e o bem-estar, é necessário permitir que as pessoas não só aceitem seus defeitos e limitações, mas também possam abraçar sua riqueza interior. Ele também considera o papel da comunidade e da cultura na formação de nossa identidade e no desenvolvimento de um senso de comunidade saudável.
Em suma, Autoimperialismo de Benjamin Moser oferece um olhar profundo e perspicaz sobre a natureza humana, a identidade pessoal e a maneira como as pessoas usam mecanismos de defesa para lidar com a incerteza e o medo. O livro oferece uma visão de como as pessoas podem buscar poder, status e reconhecimento, e como isso pode ter consequências profundas para a auto-estima e a imagem que temos de nós mesmos. É um livro que recomendo vivamente para qualquer leitor interessado na psique humana e na forma como nos comportamos em sociedade.
Em três breves ensaios, o norte-americano Benjamin Moser demole a visão comumente difundida acerca da arquitetura moderna brasileira e as realizações que dela descendem.
Para o autor, que, na qualidade de biógrafo e tradutor de Clarice Lispector, conviveu longamente com a cultura do Brasil, a construção do país se rege por um conceito que ele denomina “autoimperialismo”, título que dá ao primeiro ensaio deste livro.
Desde as bandeiras e seus perpetradores –tema que orienta o texto A Pornografia dos Bandeirantes– o Brasil tem se dedicado a conquistar-se a si mesmo, de maneira tão predatória quanto a que adotaria um invasor estrangeiro. Em termos urbanísticos, a atitude se manifesta em momentos como a construção da avenida Rio Branco, que arrasou boa parte do Rio antigo nas reformas do prefeito Pereira Passos, se repete no loteamento descuidado e regido pelo capital das grandes cidades como São Paulo e chega ao ápice na construção de Brasília.
A visão desolada que Moser dedica à capital do Brasil, que projetou no mundo a arquitetura de Oscar Niemeyer, é o tema Cemitério da Esperança, ensaio de abertura do livro. No texto, o ensaísta analisa os aspectos autoritários por trás dos monumentos brasilienses, lançando um olhar crítico raramente destinado às realizações daquele que se tornaria algo como o arquiteto oficial do país.
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Autor: Benjamin Moser
