Eu recomendo o livro "As Representações da Justiça: Idosos e Adolescentes" de Maria do Carmo Cisne. É uma leitura fascinante que oferece uma visão abrangente da realidade das pessoas idosas e dos adolescentes em nosso país. O livro traz à tona muitas questões envolvendo direitos humanos, justiça social e igualdade de oportunidades. A abordagem é diferente de outros trabalhos, pois além de abordar as transformações na sociedade brasileira, também mostra as características e as mudanças que afetam esses grupos de pessoas diretamente.
Este livro também oferece informações sobre os mecanismos e as políticas existentes voltadas para esses dois grupos de pessoas. A autora também mostra como as mudanças na legislação e na aplicação dessa legislação têm impactado diretamente na vida dos adolescentes e dos idosos. Ao longo do livro, são apresentados diversos casos, tanto de sucesso quanto de fracasso, para que o leitor possa ter uma noção realista das transformações ocorridas e dos desafios ainda existentes.
O livro também desafia o leitor a pensar sobre as questões de direitos humanos de forma mais profunda e a perceber as complexidades e dificuldades que existem na garantia da justiça social para esses grupos. Ao ler este livro, fica claro que a luta por justiça social para as pessoas idosas e adolescentes é uma tarefa ainda muito grande.
Eu recomendo que todos aqueles que buscam conhecer melhor a realidade social brasileira leiam este livro. Ao longo das páginas, o leitor vai perceber que esta é uma luta em que ainda há muito o que fazer. Este livro também oferece informações úteis sobre os mecanismos e políticas existentes para garantir justiça e direitos iguais para os adolescentes e idosos. É uma leitura altamente recomendada.
Este livro teve por objetivo investigar e comparar a estrutura geral e os conteúdos das Representações Sociais de justiça, produzidas por jovens e idosos vivendo em família ou em instituições assistenciais. Partiu-se do pressuposto de que as experiências sociais típicas de cada faixa etária, associadas a diferentes condições de convívio social engendram representações sociais diferenciadas sobre justiça. Como o núcleo central das representações sociais constitui a subestrutura mais estável, permanente e resistente à mudança, seus elementos constitutivos foram utilizados para comparar as semelhanças e diferenças nas concepções de justiça desses quatro grupos. Fora realizada uma pesquisa com 400 sujeitos (200 adolescentes e 200 idosos) de ambos os sexos, organizados quanto à faixa etária e ao tipo de convívio social diário (família e instituições). Os conteúdos foram extraídos de uma versão da técnica de evocação livre, a partir do termo indutor “JUSTIÇA”. Esses conteúdos e significados das evocações foram agrupados em categorias semânticas, avaliando-se, posteriormente, a saliência que emergiram em cada um dos grupos. Em seguida, foram identificadas as dimensões subjacentes às categorias e conteúdos representacionais dos núcleos centrais, analisando-se as formas de justiça mais tipicamente valorizadas em cada um dos grupos. A comparação dos núcleos centrais das representações que o tipo de inserção social e o momento de vida dos participantes geraram conteúdos representacionais diferenciados em quantidade e qualidade, especialmente, quanto às formas de justiça predominantes em cada grupo. A representação social de justiça dos adolescentes em família revelou uma visão positiva de justiça, definida de forma idealizada e fortemente calcada na perspectiva ético-moral. Enquanto os adolescentes institucionalizados apresentaram uma visão menos idealizada de justiça, produto do vivido e de uma prática social que induz muito mais as ações do que as reflexões. Entre os idosos em convívio com a família, a justiça foi representada como justiça social ou como valores morais, ao passo que entre os idosos institucionalizados à ideia de justiça associou-se mais à relação pessoa a pessoa, com enorme carga afetiva. Quanto às semelhanças verificadas entre os grupos, destaca-se que, em todos eles, a justiça foi representada socialmente como injustiça: que nos três grupos que estão ou já estiveram em convívio com a família, a justiça foi vista sob a perspectiva ético-moral, sendo sintomática à ausência dessa representação no grupo de adolescentes institucionalizados. Por outo lado, a representação social da justiça como justiça institucionalizada se evidenciou entre os idosos, mas não foi referida entre os jovens. Ressalto que os são apresentados em termos das funções que as representações sociais de justiça cumprem para os diferentes grupos, refletindo a situação desses grupos, seus problemas, interesses, projetos e práticas sociais e, principalmente, trazendo as macas da inclusão e exclusão social.
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