Review: "A (in)visível presença do ser: diálogos entre Cézanne e Merleau-Ponty"

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Eu recomendo vivamente o livro "A (in)visível presença do ser: diálogos entre Cézanne e Merleau-Ponty" de Tiago Jesus de Sousa. Este livro oferece uma análise profunda da obra de Cézanne e as contribuições de Merleau-Ponty para a compreensão da experiência humana. É uma obra de interesse para todos aqueles que querem explorar a obra de Cézanne e Merleau-Ponty.

O livro aborda como Cézanne e Merleau-Ponty entendem o mundo, por meio de um diálogo entre as duas visões, ao mesmo tempo, os autores examinam as contribuições de Merleau-Ponty, e seus impactos na obra de Cézanne. A abordagem permite que os leitores possam ter uma maior compreensão do que é a arte de Cézanne e como a obra de Merleau-Ponty tem afetado a arte moderna.

A análise de Tiago Jesus de Sousa fornece ao leitor as ferramentas para explorar a obra de Cézanne com mais profundidade. Ele investiga a forma como os dois artistas abordam o mundo, e como essa compreensão se aplica ao mundo contemporâneo. O autor mostra como Cézanne e Merleau-Ponty compartilham algumas características em comum, mas também apontam as divergências entre eles.

Além disso, o livro explora como Cézanne e Merleau-Ponty abordam questões sobre a humanidade, como liberdade, responsabilidade e sentido da vida. Essas questões são tratadas de maneiras diferentes, permitindo que os leitores vejam as diferentes perspectivas de ambos os autores. A abordagem deles sobre esses tópicos fornece ao leitor uma ideia de como os dois artistas abordam a humanidade e como essa compreensão se relaciona à arte.

Este livro é uma leitura extremamente enriquecedora para todos os interessados ​​na obra de Cézanne e Merleau-Ponty. Ele oferece uma análise profunda dos dois artistas e seu trabalho, ao mesmo tempo em que mostra como esses trabalhos têm sido influenciados pelas contribuições de Merleau-Ponty. Esta obra é um excelente recurso para aqueles que querem ler e compreender a obra de Cézanne e Merleau-Ponty.

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Paul Cézanne, um dos maiores pintores modernos, chamado mesmo por Pablo Picasso de O Grande Mestre, é tomado nesse livro como a referência fundamental de ruptura com a arte, a ciência e a Filosofia clássicas. O livro descreve como Maurice Merleau-Ponty vê na obra do pintor uma possibilidade de superação de uma Filosofia que não leva em conta o contato primordial com o mundo e o transforma em pensamento. Cézanne habita o mundo e faz parte dele, por isso não precisa pensá-lo para pintar, mas apenas vivê-lo. A construção da expressão na tela é realizada por Cézanne através de uma promiscuidade entre o visível e o invisível que possibilita, por um ato criador, a experiência com o Ser enquanto presença.Cézanne pinta o mundo em seu estado bruto, livre dos grilhões de uma tradição pictórica, ele pinta a partir de sua própria carne. Usa as cores para colocar na tela o phatos que assombra, incomoda e espanta, que traz à tona contradições e expressa a plenitude e os paradoxos do contato do corpo vivo com o mundo. Ele se envereda na tarefa do filósofo e cumpre-a de uma maneira autêntica. É essa lição que nos deixa Merleau-Ponty ao dedicar uma ensaio a Cézanne: a filosofia precisa “reaprender a ver o mundo”, um mundo que se mostra a cada segundo em seu contato direto eprimordial. Que nos assombra antes mesmo de pensá-lo e que já está aí, antes de qualquer tematização que podemos fazer dele, um mundo que é, assim como a pintura de Cézanne, presença, instauração do ser e expressão da verdade.

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