Recomendo fortemente o livro "A Guerra dos Mascates" de Real Miguel. O livro conta a história de dois irmãos, Pedro e Bento, e de sua família. Eles vivem na cidade de Itararé, no interior do Brasil, e lutam para sobreviver numa guerra que dura há anos entre os mascates. Os mascates são comerciantes ambulantes sem qualquer tipo de proteção legal, e eles lutam para manter seu direito de comercializar e serem livres.
O livro retrata tão bem a realidade dos mascates e sua luta diária, que o leitor fica imerso na história. O autor consegue desenvolver diversos personagens principais e secundários que tornam a leitura ainda mais envolvente. Os personagens são tão bem construídos, que o leitor acaba se identificando com eles, sentindo como se estivesse lá, vivendo com eles aquelas lutas diárias.
Além da narrativa, Real Miguel também traz alguns questionamentos éticos e é claro, uma mensagem de luta e superação. O autor nos mostra como a coragem e ousadia de uma família pode transformar a história de sua cidade.
O livro é um daqueles que nos faz pensar e tomar ações, através dos personagens o autor nos remete ao nosso contexto político, permitindo que observemos e reflitamos sobre nossas próprias realidades.
É uma leitura obrigatória para todos aqueles que buscam além de um enredo envolvente, reflexões sobre questões importantes para a sociedade contemporânea. Recomendo fortemente a todos aqueles que desejam entender um pouco mais das relações de poder entre os diferentes grupos sociais.
Miguel Real oferece-nos com A Guerra dos Mascates a narrativa de um confronto entre pequenos comerciantes e aristocratas que mobilizou a totalidade da população das cidades de Recife e Olinda no século XVIII. Revoltados contra o poder dos mazombos – senhores todo-poderosos do Pernambuco, proprietários de engenhos de açúcar e herdeiros da elite que expulsou os Holandeses do território -, os mascates insurgem-se contra a exploração de que são vítimas e decidem fazer uma sublevação. Na linha da frente está Vidal Rabelo, cujo casamento com a nobre Leonor Barbalho foi impedido de consumar e que tudo fará para recuperar a «sua recém, recém, recém senhora», nem que seja raptando-a, se for preciso. A seu lado, entre tantos outros, perfilam-se Julinho Telles Fernandes, a corajosa Violante Dias e o grande lutador pela libertação dos escravos Lula Aparecido da Silva. Amor romântico e ódio colectivo, febre de fé e febre de dinheiro, dignidade social e vingança pessoal, conjugam-se na descrição de personalidades inesquecíveis do cândido ao malévolo para compor um romance deliciosamente irónico que confirma Miguel Real como um dos mais portentosos ficcionistas da actualidade.
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Autor: REAL MIGUEL
