Recomendo o livro "A Farmácia de Platão" de Jacques Derrida para aqueles que procuram uma exploração mais profunda das questões filosóficas. O livro oferece um olhar único sobre os escritos de Platão e a complexidade das suas ideias. Derrida aborda temas como a Teoria do Conhecimento, a Religião e a Moralidade, entre outros. A leitura deste livro é fascinante e extremamente enriquecedora.
Começando pela introdução, Derrida nos dá uma visão geral da obra e nos guia pelo pensamento de Platão, de modo a nos dar uma compreensão profunda das ideias e teorias defendidas pelo filósofo. O autor aborda temas que são importantes para o debate filosófico moderno, como o poder, a democracia, o conhecimento e o sagrado.
Derrida também examina os escritos de Platão desde um ponto de vista mais prático e discute como as suas ideias podem aplicar-se à vida quotidiana. Por exemplo, como a teoria da reminiscência pode nos ajudar a compreender melhor o nosso papel na sociedade e como os ensinamentos de Platão podem nos dar ferramentas para lidar com a vida. Desta forma, Derrida nos ajuda a compreender como os escritos de Platão se relacionam com o mundo moderno.
Outra força deste livro é a forma lúcida com que Derrida escreve. Ele usa uma linguagem clara e concisa para explicar os conceitos, o que o torna acessível ao leitor de todos os níveis de conhecimento. Além disso, o autor inclui muitas referências históricas e bibliográficas, que nos fornecem mais informações sobre o pensamento de Platão e nos ajudam a contextualizar as suas ideias.
Finalmente, "A Farmácia de Platão" é uma obra de referência para aqueles que querem explorar o pensamento filosófico de Platão. O autor nos dá uma visão aprofundada das suas ideias, discute como elas se relacionam com o mundo moderno e ajuda-nos a compreender melhor o seu pensamento. Esta leitura é fascinante e muito enriquecedora. É definitivamente um livro que deve ser lido por qualquer pessoa interessada na filosofia de Platão.
“… A maior precaução será não escrever, mas aprender de cor, pois é impossível que os escritos não acabem por cair no domínio público. Por isso, para a posteridade, eu mesmo não escrevi sobre tais questões. Não há obra de Platão e jamais haverá uma. O que atualmente designa-se sob esse nome é de Sócrates, no tempo de sua bela juventude. Adeus e obedece-me. Tão logo tenhas lido e relido esta carta, queima-a.”
Platão, carta II, 314 c.
Esta é uma das obras mais consagradas de Jacques Derrida. Tomando como ponto de partida o diálogo do Fedro, de Platão, Derrida nos apresenta aquela que considera sua questão central: escrever é decente ou indecente? Trata-se, á primeira vista, de uma genealogia da escritura, no mito de Theuth, é apresentada como phármakon, uma medicina, um remédio. Ora, como nos faz notar o autor, phármakon é um termo ambíguo, de duplo sentido, podendo significar remédio ou veneno, podendo ser benéfico ou maléfico.
Mas como lidar com esta duplicidade de sentido, como ler nas camadas do texto platônico isto que não para de oscilar de um lado a outro? A escritura, ou o phármakon, apesar de ter sido apresentada como um remédio para a memória e a instrução, se revela, no entanto, nociva. Mas por quê? Ora, o que se parece ser de efeito maléfico na escritura é que ela pode e quer se colocar no lugar da fala, lugar que é, também, aquele do pai que fala, do responsável. Não será surpresa então, se a escritura for acusada de órfã, bastarda, semimorta e até mesmo de parricida… Mas esses são apenas alguns dos elementos da química utilizada por Derrida para fazer funcionar sua Farmácia. O jogo filosófico deve começar, então, quando o phármakon da escritura for articulado com a própria possibilidade da filosofia, possibilidade que é em si mesma ambígua, furtiva, sem fundo.
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Autor: Jacques Derrida
