Eu recomendo o livro "A capacidade cognitiva da instantaneidade: O olhar cénico de Hogrebe e a tradição do coup d’œil (YMAGO ensaios breves)" de Horst Bredekamp para qualquer pessoa interessada em compreender melhor o conceito de olhar cénico ou o coup d’œil. Este livro tem um foco particular na análise da obra de Hogrebe, um destacado pensador e escritor alemão, e aprofunda-se na sua tradição do coup d’œil.
O livro é muito bem escrito, e Horst Bredekamp é um excelente escritor. Ele explica os conceitos de forma clara e intuitiva, permitindo que os leitores compreendam melhor a arte e a ciência do coup d’œil. Além disso, Bredekamp oferece detalhes surpreendentes e informações sobre a história da arte e da cultura, director do olhar cénico e da tradição do coup d’œil.
O livro é também útil para aqueles que querem aprender como aplicar a capacidade cognitiva da instantaneidade. Bredekamp explica como se pode usar a percepção para compreender melhor as coisas, tendo em conta a cultura e o contexto. A análise detalhada das obras de Hogrebe mostra que a instantaneidade é uma ferramenta poderosa para compreender melhor o mundo à nossa volta.
Como tal, eu recomendo este livro como uma leitura divertida e instrutiva. Os leitores vão encontrar os ensaios curtos escritos por Horst Bredekamp muito interessantes e úteis para aprofundar a sua compreensão do olhar cénico e da tradição do coup d’œil. Leitura obrigatória para qualquer pessoa interessada neste assunto.
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Na percepção imediata, o quadro cénico e a compressão temporal compreendem uma configuração do espaço e do movimento tão rápida quanto fulminante. Se as coisas são percebidas de forma veloz é porque a mente que vê tem previamente uma ideia do seu enquadramento espacial, semântico e conceptual. A linha cognitiva da instantaneidade estabelece a interação e a reciprocidade entre a experiência visual e a consciência.O olhar opera, pois, enquanto átrio do conhecimento, e processo de conhecimento cénico, como lugar de captação e de restituição de imagens, e, reciprocamente, de conhecimento. Na gravura de Ledoux, Coup d’œil du théâtre de Besançon, o olho é uma poderosa metáfora teatral e o dispositivo imaginal de uma teoria cognitiva cénica. Também em Leonardo, a essência do coup d’œil traduz a acção instantânea, e simultânea, do ato de ver e conhecer. E é nas teorias da pintura de De Piles e de Coypel que se promove esse momento crucial através do qual se constrói a percepção instantânea e pré-lógica de todo o quadro. Por isso, Leibniz compreende o Altas de Imagens através desse «olhar intuitivamente interveniente que, à primeira, é capaz de abranger já perfeitamente o todo».Mas se o coup d’œil foi fértil no campo da encenação teatral e da composição pictural, o seu interesse também se deslocou para outros âmbitos. Na arte da guerra, a dialética do coup d’œil refere-se a um olhar calculado, discriminatório, capaz de fundamentar as mais difíceis decisões, mas, também, como em Clausewitz ou nas recentes teorias militares, como um gesto que está para além de uma mera decisão mecânica, correspondendo a uma efetiva capacidade intuitiva e artística.Leia mais
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Autor: Horst Bredekamp
